Carrillo
A ser verdade o que vem hoje na imprensa, é apenas mais um capitulo de uma história cheia de certezas e o seu contrário. Depois de este presidente ter dito (para atacar outros) que com ele ninguém jogaria em ultimo de contrato, temos seguramente um dos jogadores mais valiosos do plantel e um dos mais influentes nessas condições. Bateu no peito feito valentão e fez ponto de ordem em rasgar mais um contrato retirando assim os 50% a Zahavi do passe de Carrillo. Hoje a imprensa dá destaque ao reconhecimento por parte do SCP dos 50% pertencentes ao empresário de forma a facilitar a renovação de contrato. Sobre isto já tinha escrito este mês o seguinte:
"A outra parte do problema é Zahavi, talvez a maior parte do problema, o empresário nem é o representante legal do jogador, mas tem (ou acha que tem) 50% do passe, o SCP não reconhece esses 50% e aqui reside para mim todo o problema e é neste ponto que me parece que o SCP se vai "entalar". Se o SCP vender o jogador como está em cima da mesa, vai fazer como fez com a Doyen, não reconhecerá os 50% e tudo será decidido nos tribunais e como se costuma dizer "enquanto o pau vai e vem, folgam as costas". Portanto não existe interesse também da parte de Zahavi de negociar o jogador, até porque (vamos supor) pode negociar com um clube receber um prémio de 5 a 7M de prémio de assinatura daqui a um ano e o jogador passar a receber 3,5M por ano.
Como sempre fui daqueles que respeitei os contratos (mal ou bem feitos), acho que assim estamos muito mais próximos de chegar a acordo com o jogador e evitar que ele vá para um rival.
Quem quiser fazer uma comparação com este rasgar de contrato e posterior reconhecimento da % do passe com o caso Doyen esteja à vontade.
Video-arbitro
É a bandeira do momento, após o sorteio dos arbitros, após ser contra quem nomeia os mesmos, agora é o video-arbitro que é fundamental... depois disso será trocar quem avalia as imagens e depois será outra coisa qualquer, o importante é ter sempre um batalha para lutar.
Isto tem 2 problemas evidentes, financeiramente é possível introduzir o video-arbitro? Todos os torneios de Tenis (para dar o exemplo de BdC) têm o "olho de falcão"? Quantas câmaras são precisas para que haja condições para o video-arbitro intervir com qualidade? Qual é a razão objectiva para que só a liga inglesa tenha a tecnologia de golo? Existe ainda um longo caminho a percorrer a nível financeiro para que isto seja sequer uma possibilidade.
Depois para mim vem o maior problema de todos, porque o dinheiro como tudo na vida pode se arranjar com maior ou menor facilidade, o futebol é um desporto muito particular, por algum motivo é o melhor desporto do mundo e é adorado por tanta gente.
Qual seria o critério para utilizar o video-arbitro? No tênis quando é solicitado por um jogador, em caso da bola ter sido chamada fora ou ter sido ponto, o jogo está parado e o "olho de falcão" toma uma decisão, mas se o jogador solicitar e a bola tiver sido dado como boa se não tiver razão... perde o ponto! E no futebol como seria?
No Rugby, na NBA, na NHL, no Hoquei de campo, no Volei, o video-arbitro só é utilizado com o jogo parado, na NBA, para decidir de quem é a posse de bola, se a falta é "normal" ou anti-desportiva, na NHL se houve intenção de perder tempo ou com que parte do corpo foi introduzido o disco, no Volei, se bateu dentro ou fora, ou se bateu ou não no bloco, se alguém tocou na rede, no Rugby se houve ensaio ou não, no hóquei em campo se a penalidade foi convertida no tempo regulamentar... e isto podia continuar.
Passando para o futebol, a tecnologia da linha de golo é simples de avaliar, entra... é golo, não entra segue o jogo! Mas e o resto? Vamos então pegar no caso do corte escandaloso com a mão em nossa casa pelo Russo, a bola saiu nessa altura podia ser chamado o video-arbitro, mas se em vez de ter saído se tivesse ficado com o Gr, nessa altura pode ser chamado o video-arbitro? E se for chamado e não tivermos razão? Qual é a penalização? As pessoas já pensaram que podemos estar a introduzir uma alteração que pode revolucionar o jogo para pior? Vamos pensar apenas o seguinte, um possível falta na entrada da área em que o jogador que faz o corte (em falta ou não só saberíamos com o video) lança o contra ataque e isola o seu colega (é difícil imaginar este cenário?) a equipa que reclamou falta e agora se vê com uma jogada de perigo para nossa baliza pode recorrer ao "video-arbitro" para cortar essa jogada?
Os critérios de utilização nos outros desportos não se podem utilizar no futebol e pela especificidade da modalidade vejo com muita dificuldade essa possibilidade nos termos e nos exemplos que estamos a dar.
Mais importante que tudo isto é vencer em Coimbra, isso sim é importante!
Saudações Leoninas