quinta-feira, 9 de abril de 2009

Assembleia-Geral

Como seria de esperar, cada dia que passa o assunto aquece mais. Contudo parece-me que muita gente está a fazer uma grande confusão. A assembleia-geral de dia 17 de Abril, é somente para aprovar ou rejeitar uma assembleia-geral referendária a realizar até ao final de Maio. Caso seja aprovada a proposta, que implica uma mudança de estatutos de forma temporária, irá a votação por referendo as propostas da direcção que são do domínio público. Digo que a mudança de estatutos é temporária porque há muito tempo se prepara alterações de estatutos, e o próprio congresso, com muitas das recomendações que aprovou, veio fortalecer ainda mais a ideia de que é necessário continuar e terminar esse processo. Aí sim, e de forma mais estruturada, a figura do referendo estará presente.

Sei, que a próxima assembleia, dificilmente terá a aprovação necessária. O que me preocupa, não é a não aprovação, é os motivos que levam a não aprovação. Passo a explicar, se a meio de um qualquer mandato, fosse colocada a hipótese de mudança de estatutos para incluir a figura do referendo, poucos, para não dizer nenhuns, seriam contra. E não seriam contra, porque em vez de se ouvirem e votarem 500/1000/2000 sócios (aqueles que habitualmente vão às AG’s) teriam voto no assunto muito mais sócios. Quem não acredita no referendo, não pode acreditar nas eleições (ou passamos a eleger o presidente nas AG’s?). O problema aparece, quando se associa o referende a medidas muito concretas como é o caso. Quem diz que vai votar não, na minha opinião, não é por não concordar com o referendo, mas sim por estar contra as medidas anunciadas, mas isso apenas será votado depois (caso seja aprovado o referendo). Diz-se que o tempo de antena antes dos referendos será manipulado e uns terão muito e outros pouco... mas então e nas eleições? Não deveria já existir um candidato que utilizasse e centraliza-se o tempo de antena defendendo ideias contrárias da direcção em vez do tempo de antena andar a ser distribuído por inúmeras pessoas, algumas sem qualquer credibilidade?

Apesar de tudo a direcção pode, caso a proposta do referendo não passe, convocar uma assembleia-geral para aprovação ou rejeição das medidas propostas, e se na altura uma das grandes críticas passava pela perda da maioria na SAD, a proposta actual já não a contempla. Sobre a passagem da academia para a SAD, eu pergunto qual é o problema? Medo que se venda a academia? Qual a direcção que não vende a academia se lhe propuserem, 100 milhões de euros? Como diz José Eduardo Bettencourt e muito bem, o valor da academia não está nas infra-estruturas mas sim nas processos implementados e nas pessoas que lá trabalham, no conhecimento. Vende-se em Alcochete, constrói-se por exemplo em Santarém. Por ultimo e aquela que estudei menos a passagem do direito de superfície do Estádio para a SAD. Parece-me numa primeira abordagem que nunca ninguém irá comprar um estádio se não puder fazer nada daquilo. O verdadeiro valor está no terreno e na possibilidade de lá construir, mas isso fica no poder do clube.

Provavelmente ainda irei escrever mais sobre este assunto, antes da AG.

Para terminar, e porque tenho a certeza que este ponto nos une a todos, vamos todos a Alvalade neste sábado, para ajudar a equipa a ganhar mais um jogo!

Força Sporting!

Saudações Leoninas

3 comentários:

JL disse...

Caro Informador,

É com pena que vejo que não escreve tanto quanto seria desejável neste blog, uma vez que é a voz de melhor senso que por cá vejo.

Não obstante, há uma série de pontos no seu comentário que creio ser interessante expor ao crivo do pensamento crítico:

1. "a mudança de estatutos é temporária (...)Aí sim, e de forma mais estruturada, a figura do referendo estará presente" - Se esquecermos questões essenciais como a de uma modificação (ainda que transitória)dos estatutos a tão pouco tempo dumas eleições, portanto num cenário de legitimidade mais mitigada da actual Direcção ou a do facto de ser inequívoco que esta mudança não serve outro fito que não o de tentar uma nova forma de fazer aprovar o que já foi chumbado em AG com o sistema de votação existente, ainda assim resta a quase rídicula duplicação de processos em que se insere uma norma transitória que depois desaparece e depois volta a aparecer nos estatutos, mas desta feita como norma de plena aplicabilidade. Assim, não há como deixar de associar este norma transitória à medida com que ela se acha conexa, e não há como tirar daí considerações sobre a sua finalidade e sobre a diferença entre o que FSF diz ser o escopo dela (a devolução do Clube aos Sócios) e o seu efectivo escopo (tornear a "minoria de bloqueio" e ajudar à aprovação dos VMOCs)

2. "Quem não acredita no referendo, não pode acreditar nas eleições (ou passamos a eleger o presidente nas AG’s?)." - Este é um silogismo de má-fé. Certamente não compara um acto eleitoral com uma medida de complexidade técnica como é a reestruturação financeira do Clube, que necessita claramente de mais explicação e de discussão prévia.

3. "Diz-se que o tempo de antena antes dos referendos será manipulado e uns terão muito e outros pouco... mas então e nas eleições? " - Isto só posso associar a desconhecimento da realidade. Precisamente para impedir esse tipo de distorções, a Comissão Nacional de Eleições define e controla o tempo de antena público a que os candidatos eleitorais têm acesso nos orgãos de comunicação social públicos (daí o relógio no canto do ecrã durante o "Tempo de Antena"). Assim, o PS não tem mais tempo de antena nos orgãos do Estado. Tem o mesmo que os outros. Aqui não. Aqui o "Estado" (actual Direcção) controla meios de comunicação próprios, imbuídos do prestígio do próprio Clube, que utilizará exclusivamente para divulgação das suas posições. Certamente convirá que é diferente.

4. "Parece-me numa primeira abordagem que nunca ninguém irá comprar um estádio se não puder fazer nada daquilo. O verdadeiro valor está no terreno e na possibilidade de lá construir, mas isso fica no poder do clube" - Embora louve a ressalva que faz de precisar de estudar mais o assunto, deixo-lhe uma pergunta/pista: se fosse como diz, porque é que esta passagem teria um valor pecuniário que serve como contraponto para a emissão de VMOCs?

Saudações Leoninas

Anónimo disse...

A questão é que se esse tema for a referendo bastam 50% dos votos +1. Enquanto que caso se mantenha o sistema actual é preciso uma maioria qualificada!

Friend disse...

O meu carapau, isto faz pensar-te, ou ainda continuas cego?!

"Não se iludam: o referendo é a última tentativa/manobra do FSF para ludibriar os sócios e finalmente aprovar o seu plano financeiro antes de se ir embora. Passo a explicar:

normalmente um referendo exige apenas uma maioria simples (>50%) dos votos p/ aprovar o q quer q seja. Ou seja, penso q o q vai ser proposto aos sócios na AG do dia 17 de Abril é uma alteração dos estatutos de modo a q as vendas de património do clube e outros assuntos de natureza financeira não necessitem de uma maioria qualificada de 2/3 (66.66%) como é actualmente o quase mas q possam ser decididas com uma maioria simples de 50% (o nome é irrelevante, chamaram-lhe referendo apenas p/ dar um ar mais democrático à marosca).

Só q p/ fazerem essa alteração dos estatutos precisam da aprovação dos sócios c/ uma maioria qualificada de 75%!!! E é esse o objectivo da AG de 17.

Perguntam então os mais crédulos ou inocentes: então mas 75% não é mais difícil de obter do q 66.66%? Qual é a vantagem?
Resposta: A vantagem é q os assuntos a votação são diferentes. A aposta do FSF é q na AG de 17, a votação será "apenas" p/ aprovar a alteração de estatutos p/ incluir a figura do referendo. O FSF deve acreditar q como esta alteração deve parecer aos sócios uma questão pouco polémica, conseguirá obter a tal maioria de 75%.

Se o conseguir, então na AG de 11 de Maio, irá então a votação o seu plano financeiro (mais ou menos o mesmo q já foi chumbado antes) e q nessa altura já não precisará de uma maioria qualificada de 66.66% mas sim de 50% o q é muito mais fácil (teria passado na última AG)!!

Um sócio q seja a favor do referendo mas contra o plano financeiro, verá a dia 11 de Maio como foi ludibriado na AG de 17 de Abril caso tenha contribuído p/ a alteração dos estatutos!!

PORTANTO A AG DE 17 DE ABRIL É SUPER-IMPORTANTE PQ É MUITO MAIS FÁCIL RECUSAR ESTA FRAUDE NA AG DE 17 DE ABRIL DO QUE DEPOIS NA AG DE 11 DE MAIO!!!

Aliás a própria Direcção já confirmou q se a alteração dos estatutos for chumbada eles desconvocam a AG extraordinária de 11 de Maio.

Portanto caros amigos sócios, não se deixem ludibriar e poupem terem de ir votar mais uma vez a 11 de Maio através de uma massiva reprovação à alteração dos estatutos na AG de 17 de Abril!!!"

Abraço