Cheguei da Assembleia e pensei em escrever imediatamente, passado 2 linhas optei, por deixar a emoção passar para depois escrever de forma mais reflectida.
A assembleia decorreu com correcção, todos se conseguiram ouvir, apesar de alguns terem sido assobiados (o que não concordo!), mas decorreu na minha opinião bem. Primeira conclusão que se podia tirar e nem a votar se tinha começado, era que o que estava a acontecer era que 26 sócios quiseram ir omitir a sua opinião sobre o estado das coisas. Não existiu um debate, é impossível que com 2000 pessoas na sala exista um debate, o que existiu foi a emissão de opinião de 26 pessoas mais a defesa da proposta por parte do presidente.
Passou-se à votação.
Resultados, 72,5% dos votos dos associados (não dos accionistas!) a favor da proposta da direcção e 27,5% contra. E 69,8 dos sócios a favor e 30,2 contra.
Mal se souberem os resultados, os apoiantes do não estavam felizes e os que queriam o sim, nem por isso. O que não percebo é que quem conseguiu apenas 27,5% dos votos diga que ganhou, ganhou no chumbo das alterações dos estatutos, mas então e o resto? Podem dizer que esta era apenas a primeira etapa… mas relembro aqui, que depois do famoso jantar da oposição o Sr. “que abandonou o jogou antes de acabar quando a equipa perdia”, disse que se a proposta de dia 17 chumbasse no dia seguinte iria existir um candidato e um projecto. Irei todos os dias fazer a contagem!
Sinceramente, e como já aqui tinha escrito, não acreditava que a proposta passasse porque, e como é habitual, existe sempre uma mobilização maior por parte de quem não está de acordo. Parece-me contudo que quem perdeu foram os sócios que querendo ter voz activa e que têm extrema dificuldade em se dirigir a Lisboa para votar num período curto de tempo, não o poderão fazer. Não ouvi nenhum argumento justificativo válido para não se realizar o referendo, ouvi sim argumentos contra a proposta financeira.
Penso que, e apesar de ser votado apenas o referendo, foi um bom indicador de como o clube está dividido, cerca de 75% a favor e 25 contra. Digo isto porque quando mais pessoas votarem maior ficará a diferença entre as %. Talvez este tenha sido sempre o grande argumento da dita oposição.
Por último, o que mais triste me deixou, foi depois de ter trocado palavras com alguns ditos da oposição, não ter ouvido nenhum deles a dizer o nosso projecto é este, o nosso candidato será este. Ouvi um ex-PJ no final da assembleia e já na rua dizer que agora e visto que tinham ganho a primeira batalha iriam arranjar uma candidato e elaborar e pensar um projecto. E a minha pergunta é? É em 6 semanas que se elabora um projecto com a dimensão que o Sporting precisa? Não me parece! Uma nota interessante… para ser presidente do Real Madrid é necessário dar garantias no valor de 145 milhões…. E seis semanas são curtas, muito curtas para elaborar um projecto credível. Tenho uma palavra também para Isabel Trigo Mira, pessoa que respeito e reconheço que fez um trabalho interessante, mas as palavras que dirigiu aos associados não foram sérias. Tenho pena. Se calhar também não se lembra que foi quando fazia parte da direcção que existiu a vergonha com o Hóquei em Patins que por faltas de pagamento foram “expulsos” do pavilhão onde treinavam? Os associados têm que perceber uma coisa é votae contra outra é apresentar um projecto alternativo e votar a favor desse projecto. Até hoje só são do contra.
Uma última palavra para José Eduardo Bettencourt e Ribeiro Telles têem-se mantido no silêncio, eles que na minha opinião tem um peso bastante acentuado e que podem fazer desequilibrar ainda mais os pratos da balança. Vamos esperar para ver.
Como não acredito que hoje seja apresentado qualquer projecto alternativo nem candidato. Passou um dia e não existe alternativa.
Saudações leoninas e logo à noite força Sporting! Todos juntos rumo a mais uma vitória!
2 comentários:
A oposição quer fazer aquilo de que acusa a Direcção de fazer. Fazer valer a opinião de uma minoria contra a vontade de uma larga maioria. Impedir que os sócios tomem o partido que achem melhor. Alcançar protagonismo, já que não têm qualquer projecto para o futuro e muitas das personalidades da dita oposição são pessoas ressentidas e com questões pessoais com a Direcção do Sporting. Querem, mesmo sem se dar conta acabar com o Sporting enquanto clube de topo do desporto português, já que uma gestão como a que tinham os clubes até meados da década 90 é incompatível com as exigências de gestão de clubes com estruturas patrimoniais e de pessoal como são os clubes de topo em Portugal.
Caro Informador e Luís Ferreira,
A "oposição" não impede nada. A oposição vota. Quem impede é a lei. E os Estatutos. Tranversalmente ao Projecto e aos seus acólitos, é perturbante:
1. o desconhecimento da lei que permite afirmações como "O que não percebo é que quem conseguiu apenas 27,5% dos votos diga que ganhou". A "oposição" evidentemente ganhou a AG. Era-lhe necessária uma determinada percentagem de votos e de presentes para que a sua pretensão (manutenção dos Estatutos e chumbo do referendo)se aplicasse. Ao Projecto era necessária outra. A "oposição" teve a que necessitava. O Projecto não.
2. A falta de compreensão desta simples realidade lógica por parte dos acólitos do Projecto e o desdém com que se diz que a minoria impõe coisas à maioria. Esta revela que não sabe viver em democracia e desconhece as múltiplas maiorias. Se são necessários 75% e o Projecto tem 72%, NÃO tem maioria. Tão simples quanto isto. O Projecto pura e simplesmente não teve gente que chegasse para aprovar a medida. E como não teve, não se aprova.
3. A sua visão selectiva do passado dos intervenientes nestes cenários pré-eleitorais. Onde estava FSF quando aconteceu o escândalo do Hoquei? FSF está na Direcção do SCP e com tantas ou mais responsabilidades que ITM há tanto ou mais tempo que esta. Se chega estar na Direcção no tempo do malandro do Dias da Cunha, então FSF também está manchado na sua credibilidade porque também lá estava, com a agravante de ser VP.
4. Acho o Sr. "abandonou o estádio quando a equipa estava a perder" um ser desprezível. Acho mesmo. E não é só por isso. Mas rezam as histórias que saiu mais cedo porque tinha vindo de boleia com uma figura do Projecto que não estava para ver mais aquele descalabro. Goste de FSF e dos seus muchachos ou não, não negará que esta é a Direcção menos emocionalmente ligada ao Clube que conhecemos, a menos vibrante com o seu fenómeno desportivo e a mais concentrada na vertente financeira. Só por isso, é ao Projecto que ficam pior os argumentos de falta de militância ou de pouco Sportinguismo que atira de vez em quando aos seus opositores.
É verdadeiramente perturbante a pouca dignidade e espírito democrático com que FSF e os seus apoiantes estão a encarar o chumbo do referendo, essa manobra tão fundamental, mas tão fundamental na democratização do SCP que até só ia valer até 31 de Maio...
Venham outra vez os VMOC, se FSF quiser. Mas, como já não nos vai conseguir por a votar sem discutirmos antes, se calhar agora já não lhe interessa...
SL
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